Irónica esta vida... Houve uma altura em que eu estava certa de que a morte estava perto, e era frequente ouvi-la proferir palavras magoadas e que saíam da sua boca como flechas de pontas meticulosamente afiadas, que voavam, da sua boca, a uma velocidade incompreensível, diretamente ao meu coração: "que Deus me leve agora.", naquele momento acreditava que desejava morrer. Mas naquela altura em que tudo piorou o suficiente para nos assustar, acho que já não tinha força para mais nada... Mais tarde julguei que tudo ficaria melhor, oh... pobre de mim, são memórias que ainda me assombram. Enfim, dou por mim a sonhar com um fim diferente, queria imenso poder falar novamente consigo, contar-lhe mais sobre mim, dizer-lhe o quanto a amava. A minha mãe tem-se preocupado imenso comigo, e isso magoa-me, sim, magoa-me um pouco porque é nestes momentos em que percebo o quanto me afetou toda esta confusão, o quanto me afetou o facto de a ter perdido num suposto para sempre. A semana passada, numa segunda-feira, deixei-me ficar no autocarro até à paragem mais próxima do cemitério, e quando a minha mãe descobriu só me fazia perguntas estúpidas, e acabou com uma deixa que me baralhou um pouco, não me quero lembrar, acho que não preciso de um psicólogo; sou forte, vou ultrapassar isto.
Mas já chega de falar das coisas más. Só espero que esteja em paz, seja o que for... Eu estou bem, dentro dos possíveis. Ainda sei sorrir, e há dias em que estou feliz, isso é bom, não é? Sei que por vezes me vou a baixo... pudera, não sou de pedra! Mas quando me recomponho volto com toda a força, e trago o seu sorriso no olhar; o sorriso dos seus lábios e o mais forte, aquele que mais impacto teve (desde que me tornei mais "crescidinha") na minha vida, o sorriso dos seus olhos. Mas eu estou bem, você está a meu lado, a olhar por mim, eu sei que sim, eu sinto. Não será um espírito talvez, ou talvez seja, mas no meu coração está a tomar conta de mim!
E quando estou a sofrer lembro-me do passado; vivo um pouco o passado através das memórias. E choro até sorrir, limpo a mente com estas lágrimas que fogem desta maneira quase que surreal, isto porque pouco habituada a chorar estou, mas por si choro de coração, e sem medo. Continuo a lembrar-me de si, quando me ensinou a rezar (e peço imensas desculpas por ter perdido esse hábito e um pouco - ou um muito - de fé em Deus). Lembro-me dos maus momentos que agora me fazem rir e dos seus ensinamentos, quando me disse para ter cuidado com as pessoas, que nem todas têm respeito pelos nossos sentimentos, e sim, é verdade.
Enfim, dói-me a mão, já não escrevia faz já algum tempo, mas pronto. Prometo-lhe que nunca me esquecerei de si, e estará sempre no meu coração, até que a morte o faça parar de bater, e mesmo aí ficará sempre nestas palavras.
Até sempre,
Sabrina.
ps: será sempre a minha avó linda, e irei amá-la e respeitá-la, sempre.
ps2: tenho imensas saudades suas.

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agradeço todos os comentários pertinentes, que contribuirão para a minha evolução. de qualquer forma, um aviso para quem cá vier para simplesmente me tentar rebaixar, tudo que tenho para vos dar em troca é meu o silêncio, um sorriso irônico e desprezo.