não sou a pessoa certa para escrever uma carta de amor. o meu único amor certo é um amor perdido, a única pessoa que tive a certeza amar, é um alguém perdido. não me vou massacrar por isso, espero que não, afinal, foste tu que deitaste tudo a perder; eu estava pronta, por uma vez na vida esta pronta a amar, pronta a ser amada, tal como a fazer-te feliz e deixar-te fazer-me feliz... tu não, tu não tinhas espaço no coração, ou simplesmente não me abriste as portas. ao invés de me deixar entrar, "comeste-me" no hale de entrada enquanto esperavas outra mulher, a quem estavas pronto a abrir as portas, mesmo sem me avisar. entretanto, naqueles momentos de pura loucura, iludiste-me com as tuas palavras, com o teu toque, com os teus falsos sentimentos... creio não ser necessário repetir tudo, tu deves lembrar-te do que passamos juntos, não?não te lembras do nosso primeiro beijo?do "pois"?não te lembras do meu calor incompreensivel?da primeira discussão?dos risos, das histórias, dos olhares trocados sob o brilho constante do luar?pois, eu lembro-me. eu sempre tive um "amor" pela lua, tu sabes que sim, e mesmo que pareça impossível, todas as noites em que nos encontramos a lua dominava o céu, mesmo nas noites de inverno... e quando os nossos olhos se voltaram a encontrar há uns meses a trás, a lua, impôs o meu sorriso, tu impuseste o meu sorriso: "eu dou-te a lua", disseste tu, sem saber a importância das tuas palavras. no fundo nunca soubeste a importância que tens na minha vida, é tão simples quanto isso. todas as noites, quando me afundava nos lençóis, quando escondia a cara entre as almofadas e tentava sufocar o choro que parecia estar prestes a sair, dizia a mim mesma (e tentava acreditar) que talvez tudo aquilo tivesse um objetivo, e que o problema era eu não te ter dito que te amava, que era um erro meu, afinal, porquê não admitir esse sentimento iminente aos olhos de todos?sim, houve alturas em que acreditei nisso, ainda hoje há noites em que acredito nisso, mas ambos sabemos que não é assim... ambos sabemos que, no fundo, a culpa foi tua, não minha. no fundo (peço desculpa o termo) foste um anormal insensível, que iludiu de tal forma o meu coração que acabou por enganar a minha cabeça e, praticamente, destrui-los a ambos. sabes...eu sempre te verei como o meu verdadeiro amor, como o meu primeiro amor, mas não me vou limitar a sofrer por ti. afinal tu estás feliz, certo?deixaste-me por ela e por isso não será difícil continuares feliz com ela. eu estou feliz neste momento, dentro dos possíveis, e acredita que só te escrevi esta carta por te considerar o meu verdadeiro, de entre todos os dias, meses e anos, o meu verdadeiro amor por toda a minha vida, porque encontrei quem me quisesse feliz. e aprendi que sou feliz, contigo ou sem ti. nasci com duas pernas para me equilibrar nelas, e duas mãos para me agarrar a algo quando corresse risco de cair, portanto aqui estou eu, de pé, porque apesar de toda a consideração que tenho por ti, nunca me deixaria cair porque me abandonaste, e neste caso, tu estás num patamar a baixo de mim nas minhas prioridades, porque foste tu que me abandonaste, meu querido, foste tu, e não eu! bem, despeço-me então de ti, já sabes o do costume "amo-te, de certa maneira"... mas acho que deverei acrescentar mais uma coisa: já fiz as malas, estou de partida, não penses que continuarei à tua espera...se voltares a aparecer, logo se vê, mas por enquanto vou ser feliz, com quem me quer feliz. até sempre, meu amor.
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agradeço todos os comentários pertinentes, que contribuirão para a minha evolução. de qualquer forma, um aviso para quem cá vier para simplesmente me tentar rebaixar, tudo que tenho para vos dar em troca é meu o silêncio, um sorriso irônico e desprezo.