(as noites tornaram-se dia, a chuva tornou-se sol, e a pedra tornou-se caminho. )
eram 16h, sentia o calor abrasador a agarrar o meu corpo de uma forma impressionante, e estranha para o mês de abril, portanto, decidi entrar na loja, e quando o fiz, os teus olhos grandes, bem redondos e perfeitos, de um castanho chocolate, terno e íntimo, estavam fixados a observar. como sempre, coloquei o olhar sobre ti, e não o retirei tão cedo, gostava de "intimidar" as pessoas com o meu olhar mas tu não te deixaste abalar. estavas a reter conversa com alguém, tinhas de o fazer, era o que um bom filho fazia, ajudar os pais, e tu estavas a fazê-lo; a dar as tuas férias para os ajudar.. nas quebras da conversa, desviaste o olhar para o local onde me encontrava, e nesses momentos eu não afastava o olhar, não por não o querer, mas sim porque algo me prendia o corpo, algo extremamente forte, simplesmente mágico talvez, um olhar, um claro olhar.
viraste costas por uns momentos, e aproveitei a deixa para sair, estava a ser forte de mais para as minhas pernas aguentarem,visto que estava a perder a noção de equilíbrio. mal saí da loja, tive de me recompor, podia estar muito calor, mas não podia dar essa desculpa para o meu comportamento “alienado”, e numa questão de segundos, aquele momento mágico parecia ter sumido da minha memória, mas passadas 6 horas, após fechar a porta do quarto, sentei-me, abri o caderno, e a magia assumiu as minhas mãos, começei a escrever.. «eram 16h, (…) foi uma troca de olhares intensa, e ali o meu coração parou, por momentos. (…)um claro olhar. (…) »

(foto da net)
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agradeço todos os comentários pertinentes, que contribuirão para a minha evolução. de qualquer forma, um aviso para quem cá vier para simplesmente me tentar rebaixar, tudo que tenho para vos dar em troca é meu o silêncio, um sorriso irônico e desprezo.